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domingo, 22 de julho de 2012

Esquife do Sonho


Livro: Parnaso de Além – Túmulo
Autor: Francisco Cândido Xavier

Tive um sonho de Amor e Inocência
Cheio de luz das coisas invulgares,
Do qual perdi a luminosa essência
Na cristalização dos meus pesares.

Tarde reconheci minha falência,
Terminados os múltiplos azares,
De minha quase inútil existência,
No silêncio das cinzas tumulares.

E da morte, no abismo indefinido,
Tombei exausto, amargurado e cego,
- Abismo tenebroso que eu transponho.

Infeliz do meu ser irredimido,
Pois triste e atordoado inda carrego
O negro esquife do meu próprio sonho.